terça-feira, dezembro 19, 2006

Ela [Eu]



[...]

Anjos

Anjo cintilante, eu acreditei
Que eras o meu salvador quando eu mais precisava
Cega pela fé, eu não pude ouvir
Todos os sussurros, os avisos tão claros

Eu vejo os anjos
Eu os conduzirei até á tua porta
Agora não há como fugir
Piedade nunca mais
Sem remorso porque eu ainda me lembro
Do sorriso quando me rasgaste em pedaços

Tu levaste meu coração
Enganaste-me desde o começo
Mostraste-me os sonhos
E eu desejei que eles se tornassem realidade
Quebras-te a promessa e fizeste-me perceber
Que tudo era mentira

Anjo cintilante, eu não pude ver
As tuas intenções sombrias, teus sentimentos por mim
Anjo caído, conta-me porquê
Qual a razão da aflição em teus olhos?

Poderia ter sido para sempre
Agora nós chegamos ao fim

Esse mundo pode ter-te abandonado
Isso não justifica o porquê
Poderias ter escolhido um outro caminho em tua vida.

O sorriso quando me rasgaste em pedaços.

[...]

Infliges dor em recantos de memórias passadas.
A oportunidade surge no fado findado, irado
Não me comove a lágrima escura e dura
Que em teus olhos caiu, um dia, escura.
Agitas o mundo, profundo, no certo ou errado
Invocas as águas revoltas, em mar derramadas

Conduzes-te aos céus que nem véus, sonho latente
Nostalgicamente chamas rios que te banham docemente
Encontras na rua, imagem tua, que desconheces
Espantas bem alto, sob aquele asfalto que um dia te caiu
Não es mais aquela, pavio de vela, que a dor possuiu
Ajoelhas o mundo, tens riso profundo, em ti amanheces....

Emanas amor, delicada flor que um dia plantaste,
Suavizas a brisa, docemente contida num beijo teu
Entregas saudade, respiras verdade, a que criaste
Vives momentos, de pensamentos que te prometeste
E plantas harmonia, em todo o teu dia, e no que viveste
Encontraste a felicidade, a tua vontade, que um dia te deste

Porque tu [eu] alcanço docemente o sol e a luz da lua
Descubro solene, promessa perene que sempre fui tua
E porque alegremente, desvio a corrente, deste rio sonhador
Porque tenho o mundo, cá bem no fundo do meu coração
Não tenho ilusões, tampouco citações, para a tua razão
Transponho alegria, e na minha ousadia apenas ... vivo de amor

quinta-feira, novembro 30, 2006

Desabafo

Tive que voltar, sentir as palavras brotarem de meus dedos.
Hoje não me sinto invadida por algo bom, muito pelo contrário e talvez por isso sinta esta necessidade. Hoje é o culminar de alguns dias atrás em que acolhi em mim e olhei á minha volta. Não me senti, nem senti que me sentissem, como um dia, talvez, me tenham sentido.
Não sei que sentimento este que me assola e me inquieta, e me faz provocar estas lágrimas absurdas que tento conter.
Sinto-me infeliz, deprimida, sozinha, e ao mesmo tempo procuro em vão por tantas respostas.
Não tenho motivo algum para me sentir combalida dentro da minha própria alma.
A angústia apoderou-se insensivelmente da minha razão, e não consigo descernir os pensamentos que passam em simultâneo.
Serei eu que não me satisfaço com nada? Será que não aguento que também eu posso ser feliz? Será que felicidade afinal não é o que eu procuro?
Não omito os meus pensamentos, nem tão pouco os tento apagar ou até desviar, e ao pensar sobre eles não consigo responder-me.
Não estou bem, este vazio preenche-me totalmente, a insatisfação, a não-vontade, tudo é deprimente, tudo me parece opaco.
Dou por mim tentando aliviar momentos que me preenchem, dou por mim, tentando não ser eu, nem alguém que me apresentasse.
Esta luta desmedida contra o meu próprio eu está a arrasar-me os sentidos, e a inquietação anda de mãos dadas comigo!!!
Que faço eu nesta pose teatral onde finjo que está tudo bem?
Que faço eu, no momento do meu acto, que não consigo ser original, exprimindo apenas o que já decorei num papel algures largado.
Não me sinto eu, decididamente, hoje é um mau dia, obviamente.
Já não me sinto a estrela do meu livro, nem tão pouco o espectador do meu filme.
Gostaria de acreditar que não passam de devaneios que por vezes vêm e retornam ao seu ponto de partida, mas eles permaneceram, instalaram-se e teimam em ficar.

Perdi a noção simbólica de partilha
Já não se partilham nem palavras
O olhar também já é diferente...
Há algo errado, que me tentam esconder
Já não me sinto aquela rosa de um jardim
Já não sinto que criei vontade algures
Tudo não passou de uma ilusão que se criou.
A única vontade que me apresentam
Não tem a ver comigo, até é fora de mim...

Criam-se laços de conforto imaginários
Em almas e corações sedentários
Mas no fim deixa de haver espaço para eles...

Vou parar

quarta-feira, novembro 22, 2006

Falta de inspiração

Hoje não me inspiro no cheiro da terra molhada
Nem tão pouco no sol despertino da rua
Hoje a luz não me guia, nem espero a lua
Hoje sinto a inspiração falhada...

Já perdi o fulgor de outrora
Até deixei de ter tempo para mim...
E não basta querer tanto assim,
Escrever, como quero agora...

Falta-me a ideia, o assunto, a razão.
Faltam-me as palavras, que me saem do coração
Falta-me espaço, alma, um ponto de abrigo.
E as vezes o silêncio é o melhor amigo!!!

E é desse silêncio que a falta sinto.
Preciso calar as palavras, não minto,
Tenho tanto ao lado para fazer...
Mas escrever, é o meu fado. E sofrer!!!
Sofrendo escrevo o que vejo errado...
Mas não enterro na escrita o viver.
Preciso de viver do outro lado!!!

Porque me falta a inspiração
Traço a rascunho os sentimentos
Que trago neste meu coração
Apenas por breves momentos...

Até logo....

quarta-feira, novembro 08, 2006

[In]Definidos



Hoje emancipei o pensar de dor,
Apressei o principiar do sentimento
E o tempo, ausente
Não me falou de amor
Daquele que a gente sente!

Também eu não falo de amor.
Ousadia, seria a minha, vulgaridade.
Como falar com tamanha sagacidade
Do desconhecido, por mim vivido,
de tamanho resplendor
Do que foi, sem sequer ter partido!

Não invoco ninfas, para atenuar esta luz,
Nem clamo aos céus, a liberdade assumida
Só a a vasta escuridão me conduz
Só o Inverno frio me seduz.
E eu prefiro viver esquecida!

Quantas vezes me esqueci de mim?
Quantas estacionei em meu peito?
Não as conto, não tenho jeito,
Nem as podia contar assim
Quantas vezes eu chorei, para me encontrar?
Quantas me achei sem me procurar?

sexta-feira, novembro 03, 2006

sexta-feira, outubro 27, 2006

As manias

Regulamento: "Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."

Ora aqui o senhor Hole in Vein apanhou-me num momento de descontracção e assim do pé prá mão aqui vai.

1 – Ora bem, para começar, tenho a mania da perseguição quando vou a conduzir. Se um carro começa a andar atrás de mim, começo logo a fazer filmes e a ofender o condutor com todos os insultos imagináveis. É isso mesmo, não gosto que andem coladinhos á minha traseira.



2 – Outra das minhas manias é ouvir música a altos berros enquanto conduzo, e tentar acompanhar a mesma, claro que passo por situações embaraçosas, principalmente nos semáforos, quando eu me esqueço e continuo com a minha “linda” voz e os condutores do lado a olhar para mim. Eheheh. Ora aqui fica um som que me tem feito passar momentos muitos agradáveis.



3 – Tenho a mania de andar sempre de preto, e tento nunca largar as minhas botas “tropa”. Claro que isso me causa certos tipos de problemas no trabalho, não com o pessoal que já me conhece, mas sim, com os Srs. Doutores e Engenheiros que por lá aparecem para as reuniões. Deitam-me com cada olhar do tipo: “ Mas esta gaja trabalha aqui? Como é que isto é possível?” E muitas das vezes faço questão de mostrar os meus piercings e tatuagens e aí sim, é bonito olhar para as caras deles de desdenho.
Because I like My Punk Soul



4 – Tenho a mania de andar sempre a mudar de penteado. Ando constantemente a pintar o cabelo, a cortar, a trançar. Ainda me lembro das minhas imponentes rastas que tive que cortar quando comecei a trabalhar. Ai, ai, ai



5 – E por último, mas que considero mais importante. Tenho a mania de falar de política, de tentar incutir nos outros o meu espirito Anarquista, ando sempre a tentar convencer os meus amigos para começarmos uma revolução e fazermos disto uma anarquia. Pois acredito na liberdade e individualidade de cada um, acredito num mundo sem dinheiro. (Mas infelizmente tenho que me adaptar a esta sociedade democrata que me chula até ao tutano).



A liberdade existe

Ora, e agora? Quem será que vou “maniar”?

Silvia C., Miss , Rui , Sara mm , Vida de Vidro

segunda-feira, outubro 23, 2006

Várias cinco frases (III), incluindo a carta para aqueles que a receberam

O amor assemelha-se ao medo,
porque somos tão egoístas?
Movimentamo-nos no mundo do EU,
uma depressão conhecida.
A escavação continua.

Ao som de uma guitarra
vejo o mundo padecer.
Solos marcam a minha idade,
melodiosos como a primavera.
Que agradável Novembro

O fim do nosso bairro,
o resto do mundo resiste,
empurrados para a generalização,
tudo fica igual,
não existe nada igual.

Agua clara de um rio distante
na minha mente,
Porque nos habituamos ?
felicidade a nossa.
todo o por do sol é diferente

Confundi os meus sentimentos,
perdi a lógica das ligações.
Ali estás tu! a sofrer.
Eu consigo olhar-te.
Desculpa, desculpa-me.

Quero o meu coração.
Sou serenamente egoísta.
Acredito que sei do que falo,
uma temperatura muito baixa
sobe dentro do meu corpo

A vergonha já não nos prende,
apreciamos o escuro,
conhecemos terras do norte,
almas desaparecem,
porque nos queremos afogar?

Não esperamos por nada,
não temos um transporte,
abusamos do pensamento,
não há, de haver
peças para nos arranjar.

By: Julien Passinhas

terça-feira, outubro 10, 2006

Várias cinco frases (II) Dedicadas ao Alvo do Meu Sentimento

O mundo já não me olha nos olhos,
a velha árvore teme-me,
a água da chuva não me molha em Abril,
o fogo já não me aquece,
o ar, esse sim ficou para eu não morrer

Para de olhar para mim,
esse olhar faz me odiar,
desculpa, nada me fazer amar,
não me compreendo hoje
amanhã morrerei confuso e aplaudido

O que os faz andar na rua?
Sons que se movem freneticamente,
o fumo devora a multidão,
estranhos botões circulam,
mulheres brilham na noite.

Notas de um pianista francês,
sentimentos soltos nas teclas,
o frio não intimida a melodia
quente, ataca os meus ouvidos.
Prédios antigos de uma cidade vossa

Uma multidão sozinha
numa terra distante,
porque estou eu confuso aqui?
tudo parece estar a imóvel,
nada disto eu quis, por que te ris?

Nesta terra, deus só reina no céu,
o diabo assumiu a forma de papel,
movimenta-se num mortal de radianos,
chega a todos, com ele sobrevivemos.
Alma consumida numa vida, não chega ao céu.

Peregrinação de velhas plantas,
plantam-se na nossa mente sóbria,
já não queremos o controlo,
o diabo que arda nas nossas chamas.
Deus consegue agora imperar.

O que tu pensas não condiz
com os movimentos da tua boca
não me vês em perfeita harmonia,
não deixo ninguém para trás.
Tudo funciona se dermos o nosso coração

A desgraça domina o preguiçoso,
por isso nos casamos,
agora parece agradar-nos,
que sociedade tão egoísta
ah! e os pais já nos falam.

Filósofos consultam psiquiatras
qual é a mente que resiste?
Palavras de mentol, dão sabor à escrita
o plástico já foi com o vento
tudo engolido arduamente por malucos.

By Julien Passinhas

quarta-feira, outubro 04, 2006

Parabéns

Julien




Porque deste que te soube, que me sei, que me dei...
Porque desde que te pertenço, me encontrei.
Porque desde que me sinto, que te sabia,
Porque é em ti que procuro o melhor do meu dia.

Porque és água, és sede, és o meu vício maior
Porque és riso, és alegria, o meu sonho melhor
És o meu beijo, o meu desejo, és a luz da minha lua
És tudo aquilo que me fará ser para sempre tua.

E cresces em mim no passar de cada momento
E vives na eternidade do meu pensamento.


(Que este dia continue especial)

terça-feira, setembro 26, 2006

Várias cinco frases (dedicadas ao mundo).

Daquilo que aceito sei o que faço,
jovens sem destino,
jovens sem vontade de mudar o mundo,
limitam-se a queimar os anos
e a querer morrer aos cinquenta.

Lindas meninas dançam pelas ruas,
a melodia já é diferente,
mas elas bailam possuídas por um diabo
que as faz mover irrequietamente,
querem destruir a própria mente.

Como as coisas mudam,
daqui a anos serei velho
e ainda mais me assustarei.
Como o fogo se alastrou no tempo,
aqui estou eu com medo da morte.

Que conversa foi aquela?
querem-nos fazer de espelhos
para gente imunda se olhar,
não vejo amizade nisso,
quero é morrer antes disso se dar.

A Melodia de um piano
faz-me lembrar a inocência do meu ser
por terras que me viram nascer,
que frio tão confortante.
Agua gelada dum primeiro banho.

Fecho os olhos ao ver-te passar
não me quero recordar da minha dúvida.
Sozinho, a rumo dum mundo meu,
quero é viver e dizer que vivi.
Tudo se torna um passado num instante.

Não imaginam como eu vejo o mundo,
guardo pecados dum universo distante,
as estrelas estão a morrer sozinhas,
já ninguém as olha com felicidade,
a natureza perde o sentido.

Quem olha para o rio
sabe do que estou a falar,
sem pressas para o atravessar.
É bonito como a minha vida
passo por ele sempre pensando.

Nunca gostei de te escrever,
apenas queria ver-te no meu pensar,
perto tudo passava,
voltava de novo ao desespero
dum sentimento vencido.

Que fazes por aqui meu amigo,
ó sacana, fazes me lembrar felicidade
tudo aquilo que queríamos ser,
olha para nós?
é o que faz respirar depressa.

Por : Julien Passinhas

quarta-feira, setembro 20, 2006

Começar a escrever - (2ª e última parte)

"Um dos sintomas de ser livre é ver o mundo preso.

A memória é suficiente para guardar coisas que me esqueci.

Por hoje começo a ficar cansado de escrever, aliás estou só a começar.

Já passaram uns dias e eu já vivi tantas coisas. Assusta-me saber que aqui só passou um espaço em branco.

Os que se defendem atacando não têm paciência nenhuma.
Os que atacam defendendo-se perderam a paciência toda.

É lindo saber que quanto mais pessoas me conhecem mais vezes eu sou.

Conhecer bem uma pessoa é saber o que ela disse não o que vai dizer.

Não consigo escrever nada que me deixe feliz, quero escrever algo para mostrar o quanto eu estou triste.

Nascemos todos os dias e só nos apercebemos disso no dia seguinte.

Tive uma ideia, vou contar-vos uma coisa.

O outro dia sai deste mundo e vivi algo com o tempo. Enquanto caminhava livre encontrei dois senhores , aproximei-me e reparei que puxavam uma corda infinita, cada um para seu lado, fiquei ali e por de traz de mim ouvi “E viva o senhor futuro” quando me voltei ali estava um velho, marreco , de fumo na boca, bem rugoso a olhar através de mim para aquela competição, perguntei lhe ,quem são aqueles ?
Um é o senhor futuro e outro é o senhor passado.
Então mas que corda é aquela que puxam?
A corda do verdadeiro tempo amigo .

Voltei me para a competição e nada daquilo parecia fazer sentido, como seria possível estar o senhor passado e o senhor futuro, os dois numa competição onde situados opostamente puxavam uma corda do tempo. O senhor passado tinha mais força e puxava sempre um bocadinho mais da corda para ele. Estava a ficar confuso, então sendo a corda infinita nenhum deles iria ganhar e por mais corda que o senhor passado puxasse ao senhor futuro mais corda ele tinha para lhe dar. Mas que competição estúpida, pensando melhor aquilo só deixaria de ser estúpido se deixasse de ser competição, pois afinal deixei me levar pela primeira aparência da situação, dois senhores a fazer esforços em sentidos opostos só poderia ser competição mas não , não era , toda a competição tem um vencedor e um derrotado no fim e neste caso isso nunca aconteceria. Fiquei ali a pensar e decidi perguntar ao velho qual era o objectivo daqueles dois senhores.
O objectivo menino, o objectivo é passar tempo.

Acordei com esta história na cabeça o outro dia, não sei bem se foi assim, estava atrasado para a minha vida.

Estive vários traços de tempo sem escrever uma única palavra, o que aconteceu as palavras que eu poderia ter escrito?

Desci as escadas e procurei a saída, o mundo estava quieto à espera de me ver sair. Abro a porta e de repente tudo se começa a mover em torno da loucura que é o eixo da realidade, não percebi a sequencia que me levou a pensar isto mas continuei e percebi que é na continuação que está o segredo eterno da vida.

Se tudo fosse tão fácil como regar um pedaço de carne e não o ver crescer mais, não, se tudo fosse tão difícil como cortar em quatro o fio de uma navalha afiada eu iria compreender que à minha volta estou eu e depois sim, estou eu outra vez.

Depois de um fim-de-semana de abstracção minha, voltei para esta gravidade que me faz sentir o quanto pesado eu sou e o quanto leve é esta realidade que me prende aqui. Gravidade esta que me faz pensar na realidade em que vivo.

Tenho saudades de um amigo que conheci quando era mais novo, não o tento procurar porque tenho outras prioridades que fazem com que fique quieto e por vezes, lá aparece ele e aleija-me na minha mente provocando esta saudade que recorda o tempo em que eu sonhava ser o que não sou hoje.

Hoje sinto que sim e penso que não.

Não tenho escrito nada, penso sobre o universo.

E é sobre o universo que vos quero falar."


By Julien Passinhas

quinta-feira, setembro 14, 2006

Começar a escrever - (1ª parte)

(Porque te amo)

E mais uma vez deixo algo de alguém muito especial.
“Começar a escrever”

Sei escrever porque me ensinaram, mas tenho um problema, nunca escrevi.
Sai de casa bem cedo, esqueci-me do acento, voltei a trás, não precisava, sai novamente.
É custoso tentar colocar todos os choques mentais na ordem suficiente para electrificar algum pensamento que eu espero, alguma vez, aproveitar nesta vida.
As perguntas começam sempre antes das respostas, percebem agora quem é que apareceu primeiro?

Antes da nave espacial Europa ter aterrado no resto do mundo Terra as coisas pareciam equilibradas, todos minimamente se suportavam, e isto estava mais longe do fim. Agora que está mais perto eu penso e escrevo.
Deus marca o fim daquilo que não acaba, os números também não têm fim mas também não preciso de todos eles, sei que posso estar à vontade.

Quando eu morrer o meu filho há de falar de mim aos meus netos, os meus netos hão de falar de mim e dele aos netos deles, por sua vez os netos destes alguma vez se vão lembrar do meu primeiro nome?

Tenho um amigo que pratica atletismo a muitos anos e ele bateu um recorde, fez 100 metros em 9 segundos. Em casa pensei nisto, amanhã alguém vai bater o recorde dele em milésimos, depois evolutivamente passaremos para milionésimos e depois , eu , não sei o nome, mas não se tornará ridículo?

Colocar níveis nas coisas. Construir uma coisa, deixar caminhos, entreter-nos.
Precisava de estar no mesmo espaço e tempo com todas as pessoas que conheço para ser eu.
Aqueles que me conhecem e eu não conheço não existem, aqui.

Um miúdo com 6 anos gostou imenso da montanha russa, por ele, ficava ali o resto da vida.
Um homem com 36 anos gostou imenso da ilha deserta, por ele, ficava ali o resto da vida.Um idoso com 66 anos gostou imenso de ter 6 e 36, por ele, ficava ali o resto da vida.

Regresso

Acabadinha de chegar de França, onde passei uns dias espectaculares, "avec mon amour".
A ausência, por vezes mostra-nos caminhos que deveremos considerar.
Ausentei-me de mim, perdi-me, esqueci-me e voltei a me lembrar
...que existo...

sábado, setembro 02, 2006

Vazio Humano

Hoje deixo algo de alguém Brutalmente especial para mim....



(Porque contigo aprendi a sonhar...)
...
"Penso só com a linguagem,
sinto o vermelho mais escuro
o frio mais calmo.
As noites que são a minha casa.
As luzes que são tudo.
Perdi-te a tentar viver
Quem dorme não devia mandar,
mandar nos que acordados não precisam.
Fugir disto é a solidão,
Solidão que não temo. "
...
Julien
...
PS: Volta rápido que sem ti, os dias custam a passar...
Até Outubro...
E eu também te adoro...
...
E o francês é mesmo a língua mais linda do mundo

sexta-feira, agosto 25, 2006

IV


Ah, sombras que me perseguem, no silêncio da noite, caladas,
Marcas ténues constantes, gritantes que me ausentam de mim
Imploro aos ventos, em doces lamentos, ideias erradas
Uivos latentes, em vozes presentes e não encontro um fim
[...]
E escondo segredos nos becos obscuros duma memória qualquer
Persigo caminhos, trilhos cortantes em corpo de mulher
Mas esta voz de menina abraça-me a consciência audaz
E corto medos já rasgados, usados em sombra ténue, fugaz!!!
[...]
[E não esperes de mim, aquilo que já sou,
Não oiças o que digo, sente apenas o que te dou,
Não ouses sequer dúvidar nem contestar, a minha paz interior
Não tenho alegrias, nem ousadias, sou apenas ... Amor!!!]

segunda-feira, agosto 21, 2006

Pensamentos



... Tento, seguir neste túnel a luz da imensa escuridão
revejo, releio e anseio encontrar súbitamente uma razão
...Percorro no céu a luz ténue que me tenta iluminar
Sigo sonhos, divago e vejo-me a nadar, na força brusca deste mar...
.
Não encontro aquele olhar que um dia sonhei
Não me desculpo, não me perdoou, sabendo que errei
Onde estava eu, na altura que me perdi?
Onde estava eu naquele tempo que me dei?
.
Não me conheço, não encontro resposta coerente,
Não me ilumino, e nem me fascino nesta dor que me consome [ardente]
E os gritos aflitivos teimam em me considerar
Rasgam subitamente e profundamente este meu olhar...
.
E no fim... Continuo a acreditar...
Que algures existe um lugar para mim...

quinta-feira, agosto 17, 2006

Premonição



Não cruzes o meu olhar, na certeza eminente

Não tomes o meu sorriso como algo permanente...

Não toques no meu sentimento eterno...

Poderá não haver eternidade para ele.

Não me ames na certeza do amanhã..

Pois nem eu me encontro hoje...

Não provoques feridas que não podes sarar..

Não digas palavras, que não podes calar....

Não me julgues certa para sempre...

Luta por mim, a cada momento...

Conquista cada pouquinho de mim, lentamente...

Não me tomes completamente uma certeza...

Eu até só sou metade....Metade de mim própria....

Ana (Dez. 2005)

segunda-feira, agosto 14, 2006

Pensamento

Já fiquei tempo demais...
Deixa-me ir... Preciso de ir....

sábado, agosto 12, 2006

Novos ventos


Estou feliz, muito feliz.
Vivo uma nova vida.
Sinto-me eu, seja lá eu quem e como for
Sinto-me solta, doida, espontânea...
...enfim, tenho-me como sempre fui...
Obrigada aos meus amigos
Principalmente a um em especial...
Eu disse-te que te ia agradecer...

quinta-feira, agosto 03, 2006

Existências

...

Sendo apenas o que sou, não sinto o que não seria
Vendo apenas o que quero, não vejo para lá do meu dia
Existindo apenas neste beco, não ultrapasso a minha rua
Dando paços comuns não tocarei á porta, que será tua...
...
Sou o que sou, o que não sou, e serei eu o meu guia
Vejo o que quero, o que não quero, e o que verei um dia
Existo aqui e ali, no mundo, e vivo para lá da existencia
Dou passos largos, profundos, e fujo desta louca aparência...
...
Porque eu sempre serei o que não esperam
Aquela que idolatram, mas não veneram
não me façam perguntas, não me omitam respostas
Não me abracem e beijem, não me virem as costas
Não me dêm opiniões com sorrisos fingidos e de branco tingidos
Eu sou e sempre serei,
aquela que ninguém sabe
E nem eu sei...

segunda-feira, julho 24, 2006

...


Por mais que corra, o céu alcança-me
Sob as águas trémules deste intenso mar de sonhos
Pinto na vida sob lágrimas escondidas...
Os momentos passados não passaram completamente.
Mergulho na sôfrega insatisfação de querer mais...
Sonho....afinal sempre me é permitido sonhar....
Acalento na esperança que será diferente!!!
Será?
E mesmo inconscientemente sou perseguida.....
"A esperança é a última a morrer", diz-se por aí...
Mas a esperança há muito que me atormenta...
Há muito que não posso só viver de esperanças....
Vacilo entre factos, argumentos, artefactos e lamentos....
Sinto-me poderosa, altiva, magnifica quando os olhos falam
Aqueles olhos que me levam á loucura...
Com pestanas que me varrem a alma...
Porque terá que ser assim? Porque a noite não tem fim?
Abraço-me num abraço que me embala....
Vacilo entre o tudo e o nada....
Descubro o talvez.... as perguntas, as certezas, as razões...
Escuto promessas com o coração,
Mas acredito.... acima de tudo acredito...
No sentimento que aqueles olhos emanam quando me sentem...
"Os olhos são o espelho da alma", diz-se por aí...
Até esses cujas pestanas me varrem a alma...

quarta-feira, julho 19, 2006

Recomeços






















Mares que correm em cada gesto.
Pontes que se abrem e transportam as águas em meu leito.
Sorrisos rasgados que atravessam memórias,
permanecendo em cada uma das minhas histórias!
Reclama de mim, tudo aquilo que te pertence,
toma-me o coração nas tuas mãos e embala-o.
PROTEGE-ME,
faz de mim o teu vício, provocando incêndio de nós dois...
acolho-me nesta tempestade que nos transporta á loucura.
mas
PROTEGE-ME,
para que em nenhuns outros braços eu me sinta tão segura!!!

segunda-feira, julho 17, 2006

Goodbye My Lover



James Blunt - Goodbye My Lover
Desapontei-te ou decepcionei-te?
Eu devia me sentir culpada ou deixar os juízes desaprovarem?
Porque eu vi o fim antes de começar,
eu vi que estavas cego e eu sabia que tinha vencido.
Então eu tomei o que é meu por eterno direito.
Tomei tua alma durante a noite,
Talvez isso tenha acabado, mas não vai parar aí.
Eu estou aqui por ti, [como se tu te te importasses!!!].
Tocaste meu coração, tocaste minha alma.
Mudaste minha vida e meus objectivos,
E o amor é cego e eu soube disso quando.
Meu coração estava cego por ti.
Beijei teus lábios e segurei tua cabeça.
Partilhei teus sonhos e a tua cama.
Conheço-te bem, conheço o teu cheiro.
Estou viciada em ti

Adeus meu Amor.
Adeus meu amigo.
Tens sido o único.
Tens sido o único para mim
Sou uma sonhadora, mas quando acordo,
Tu não podes destruir meu espírito - são os meus sonhos que tu tomas
E quando seguires em frente, lembra-te de mim
Lembra-te de nós e tudo que costumávamos ser
já te vi chorar, já te vi sorrir
Observei-te dormindo por um instante
Eu seria a mãe do teu filho
Eu passaria uma vida inteira contigo
Eu conheço teus medos e tu conheces os meus
Nós tivemos nossas dúvidas, agora nós estamos bem
E eu te amo, juro que é verdade
e não posso viver sem ti

Adeus meu Amor. Adeus meu amigo.
Tens sido o único
Tens sido o único para mim
E ainda seguro tua mão na minha,
Quando estou dormindo
E eu irei aguentar minha alma no tempo,
[ ]

Adeus meu Amor. Adeus meu amigo.
Tens tem sido o único
Tens sido o único para mim.
Tornaste-te único para mim.
Estou tão vazia, querido, estou tão vazia
Estou tão, estou tão, estou tão vazia
[traduzido e adaptado]

quarta-feira, julho 12, 2006

III





















Porque sou pingo em terra molhada
E na lembrança viva do esquecimento
Deposito o nada que me preenche

Não me estendam as mãos que eu não mereço
Não me ditem sentenças, que já não me pertenço
Há muito que me perdi e ainda não me encontrei

Sufoco inerte em cada lágrima que me talha
Suspiro latente nas rédeas da saudade...
Saudade de mim, do que fui um dia e esqueci...

Perdi-me no tempo terreno duma luz que não acende
E o pavio de uma qualquer vela não me ilumina
Não sou mais que uma escrava de mim própria

Como me odeio e este meu ar de insatisfeita
Como me amo e a esta minha petulância de não saber que sou
E continuo a ignorar os sinais do medo

Tento-me encontrar onde não estou
Vejo-me lembrar o que nunca esqueci
Repugno-me e calo, pois mais uma vez me perdi.

segunda-feira, julho 10, 2006

II




Declinou a noite neste alento da solidão

E o sufoco já perdeu a razão...

Enquanto [te] espero, desaperto o botão da saudade

Nada será longe de mais, nada se perderá no tempo!!!

Travo conversas paradas sob uma chuva qualquer

Engulo o seco do eco destes silêncios [demorados]

Perco-me na encruzilhada que me levará [mas não demoro]

Fecha os olhos e abre-os a seguir...

Encontrar-me-as algures entre o sopro da lua...

quarta-feira, julho 05, 2006

I



Apertei minhas mãos na aurora do vento
[Súblimes]
E meus olhos fecharam-se na direcção da lua...

Abracei-me, aqueci-me ao sabor dos meus braços
[aconchegante]
E na inquietude serena invadiu-me a saudade

Refresquei-me com lembranças de "palavras"
[deliciosas]
E no meu corpo preencheu-se com o calor dos teus braços
[ausentes]
Arrastam-se sorrisos dentro de mim, descontentes
E nas noites desertas desenho minha moradia
E os dias demoram a escurecer...
PS: Não levem á letra o que escrevo aqui. Nada tem a ver com a minha vida pessoal, (que felizmente vai bem)

sexta-feira, junho 30, 2006

Imaginário
















No chão da calçada estendida, sem se mover, atónita
E tudo pemanece na inconstância inalterável!!!
Sulca suspiros rasgados entre lábios que não encontra
Inerte, procura um caminho sem principio...

Cabelos macios irrequietos sopram ventos inacabados
E na memória traz algo que nunca lembrou, nunca soube...
Desgasta as mãos que não lhe estendem, [rudes]
Pinta na tela imagens sem cor...

Chora. Rolam na maciez descontrolada de seu rosto
Lágrimas de um vermelho vivo, dor de quem sente
E fica, parada na calçada deitada, acabada...
Cabelos soprados ao vento, vento da solidão!!!


quinta-feira, junho 29, 2006

Exigências



Em cada novo acordar, te respiro a pele
E nos contornos do teu rosto decifro poema de nós.
Entrelaçada áureamente em tuas mãos desenho aromas...
E em cada adormecer te tomo meu....

quarta-feira, junho 28, 2006

Encontros


Encontra-me, nas lágrimas talhadas da alegria
Encontra-me, nos sorrisos fechados da tentação
Eleva-me suspiros de corpo extasiado de paixão
Procura-me nos recantos duma qualquer saudade
Amanhã é outro dia
Outro dia de nós dois!!!

segunda-feira, junho 26, 2006

Em mãos


Quando os gritos do silêncio subtilmente se instalam
Existem algures umas mãos que me amparam!!!
Enquanto o som áspero se vinca em melodia
E o escuro da noite é o melhor do dia...
Enquanto depois de hoje não houver mais amanhã....