terça-feira, setembro 26, 2006

Várias cinco frases (dedicadas ao mundo).

Daquilo que aceito sei o que faço,
jovens sem destino,
jovens sem vontade de mudar o mundo,
limitam-se a queimar os anos
e a querer morrer aos cinquenta.

Lindas meninas dançam pelas ruas,
a melodia já é diferente,
mas elas bailam possuídas por um diabo
que as faz mover irrequietamente,
querem destruir a própria mente.

Como as coisas mudam,
daqui a anos serei velho
e ainda mais me assustarei.
Como o fogo se alastrou no tempo,
aqui estou eu com medo da morte.

Que conversa foi aquela?
querem-nos fazer de espelhos
para gente imunda se olhar,
não vejo amizade nisso,
quero é morrer antes disso se dar.

A Melodia de um piano
faz-me lembrar a inocência do meu ser
por terras que me viram nascer,
que frio tão confortante.
Agua gelada dum primeiro banho.

Fecho os olhos ao ver-te passar
não me quero recordar da minha dúvida.
Sozinho, a rumo dum mundo meu,
quero é viver e dizer que vivi.
Tudo se torna um passado num instante.

Não imaginam como eu vejo o mundo,
guardo pecados dum universo distante,
as estrelas estão a morrer sozinhas,
já ninguém as olha com felicidade,
a natureza perde o sentido.

Quem olha para o rio
sabe do que estou a falar,
sem pressas para o atravessar.
É bonito como a minha vida
passo por ele sempre pensando.

Nunca gostei de te escrever,
apenas queria ver-te no meu pensar,
perto tudo passava,
voltava de novo ao desespero
dum sentimento vencido.

Que fazes por aqui meu amigo,
ó sacana, fazes me lembrar felicidade
tudo aquilo que queríamos ser,
olha para nós?
é o que faz respirar depressa.

Por : Julien Passinhas

quarta-feira, setembro 20, 2006

Começar a escrever - (2ª e última parte)

"Um dos sintomas de ser livre é ver o mundo preso.

A memória é suficiente para guardar coisas que me esqueci.

Por hoje começo a ficar cansado de escrever, aliás estou só a começar.

Já passaram uns dias e eu já vivi tantas coisas. Assusta-me saber que aqui só passou um espaço em branco.

Os que se defendem atacando não têm paciência nenhuma.
Os que atacam defendendo-se perderam a paciência toda.

É lindo saber que quanto mais pessoas me conhecem mais vezes eu sou.

Conhecer bem uma pessoa é saber o que ela disse não o que vai dizer.

Não consigo escrever nada que me deixe feliz, quero escrever algo para mostrar o quanto eu estou triste.

Nascemos todos os dias e só nos apercebemos disso no dia seguinte.

Tive uma ideia, vou contar-vos uma coisa.

O outro dia sai deste mundo e vivi algo com o tempo. Enquanto caminhava livre encontrei dois senhores , aproximei-me e reparei que puxavam uma corda infinita, cada um para seu lado, fiquei ali e por de traz de mim ouvi “E viva o senhor futuro” quando me voltei ali estava um velho, marreco , de fumo na boca, bem rugoso a olhar através de mim para aquela competição, perguntei lhe ,quem são aqueles ?
Um é o senhor futuro e outro é o senhor passado.
Então mas que corda é aquela que puxam?
A corda do verdadeiro tempo amigo .

Voltei me para a competição e nada daquilo parecia fazer sentido, como seria possível estar o senhor passado e o senhor futuro, os dois numa competição onde situados opostamente puxavam uma corda do tempo. O senhor passado tinha mais força e puxava sempre um bocadinho mais da corda para ele. Estava a ficar confuso, então sendo a corda infinita nenhum deles iria ganhar e por mais corda que o senhor passado puxasse ao senhor futuro mais corda ele tinha para lhe dar. Mas que competição estúpida, pensando melhor aquilo só deixaria de ser estúpido se deixasse de ser competição, pois afinal deixei me levar pela primeira aparência da situação, dois senhores a fazer esforços em sentidos opostos só poderia ser competição mas não , não era , toda a competição tem um vencedor e um derrotado no fim e neste caso isso nunca aconteceria. Fiquei ali a pensar e decidi perguntar ao velho qual era o objectivo daqueles dois senhores.
O objectivo menino, o objectivo é passar tempo.

Acordei com esta história na cabeça o outro dia, não sei bem se foi assim, estava atrasado para a minha vida.

Estive vários traços de tempo sem escrever uma única palavra, o que aconteceu as palavras que eu poderia ter escrito?

Desci as escadas e procurei a saída, o mundo estava quieto à espera de me ver sair. Abro a porta e de repente tudo se começa a mover em torno da loucura que é o eixo da realidade, não percebi a sequencia que me levou a pensar isto mas continuei e percebi que é na continuação que está o segredo eterno da vida.

Se tudo fosse tão fácil como regar um pedaço de carne e não o ver crescer mais, não, se tudo fosse tão difícil como cortar em quatro o fio de uma navalha afiada eu iria compreender que à minha volta estou eu e depois sim, estou eu outra vez.

Depois de um fim-de-semana de abstracção minha, voltei para esta gravidade que me faz sentir o quanto pesado eu sou e o quanto leve é esta realidade que me prende aqui. Gravidade esta que me faz pensar na realidade em que vivo.

Tenho saudades de um amigo que conheci quando era mais novo, não o tento procurar porque tenho outras prioridades que fazem com que fique quieto e por vezes, lá aparece ele e aleija-me na minha mente provocando esta saudade que recorda o tempo em que eu sonhava ser o que não sou hoje.

Hoje sinto que sim e penso que não.

Não tenho escrito nada, penso sobre o universo.

E é sobre o universo que vos quero falar."


By Julien Passinhas

quinta-feira, setembro 14, 2006

Começar a escrever - (1ª parte)

(Porque te amo)

E mais uma vez deixo algo de alguém muito especial.
“Começar a escrever”

Sei escrever porque me ensinaram, mas tenho um problema, nunca escrevi.
Sai de casa bem cedo, esqueci-me do acento, voltei a trás, não precisava, sai novamente.
É custoso tentar colocar todos os choques mentais na ordem suficiente para electrificar algum pensamento que eu espero, alguma vez, aproveitar nesta vida.
As perguntas começam sempre antes das respostas, percebem agora quem é que apareceu primeiro?

Antes da nave espacial Europa ter aterrado no resto do mundo Terra as coisas pareciam equilibradas, todos minimamente se suportavam, e isto estava mais longe do fim. Agora que está mais perto eu penso e escrevo.
Deus marca o fim daquilo que não acaba, os números também não têm fim mas também não preciso de todos eles, sei que posso estar à vontade.

Quando eu morrer o meu filho há de falar de mim aos meus netos, os meus netos hão de falar de mim e dele aos netos deles, por sua vez os netos destes alguma vez se vão lembrar do meu primeiro nome?

Tenho um amigo que pratica atletismo a muitos anos e ele bateu um recorde, fez 100 metros em 9 segundos. Em casa pensei nisto, amanhã alguém vai bater o recorde dele em milésimos, depois evolutivamente passaremos para milionésimos e depois , eu , não sei o nome, mas não se tornará ridículo?

Colocar níveis nas coisas. Construir uma coisa, deixar caminhos, entreter-nos.
Precisava de estar no mesmo espaço e tempo com todas as pessoas que conheço para ser eu.
Aqueles que me conhecem e eu não conheço não existem, aqui.

Um miúdo com 6 anos gostou imenso da montanha russa, por ele, ficava ali o resto da vida.
Um homem com 36 anos gostou imenso da ilha deserta, por ele, ficava ali o resto da vida.Um idoso com 66 anos gostou imenso de ter 6 e 36, por ele, ficava ali o resto da vida.

Regresso

Acabadinha de chegar de França, onde passei uns dias espectaculares, "avec mon amour".
A ausência, por vezes mostra-nos caminhos que deveremos considerar.
Ausentei-me de mim, perdi-me, esqueci-me e voltei a me lembrar
...que existo...

sábado, setembro 02, 2006

Vazio Humano

Hoje deixo algo de alguém Brutalmente especial para mim....



(Porque contigo aprendi a sonhar...)
...
"Penso só com a linguagem,
sinto o vermelho mais escuro
o frio mais calmo.
As noites que são a minha casa.
As luzes que são tudo.
Perdi-te a tentar viver
Quem dorme não devia mandar,
mandar nos que acordados não precisam.
Fugir disto é a solidão,
Solidão que não temo. "
...
Julien
...
PS: Volta rápido que sem ti, os dias custam a passar...
Até Outubro...
E eu também te adoro...
...
E o francês é mesmo a língua mais linda do mundo